Muitas pacientes desenvolvem dor crônica após os tratamentos contra o câncer, e a Síndrome de Dor Pós-Mastectomia (SDPM) é uma das mais comuns. Mas o que é essa síndrome? Quais são suas causas e tratamentos? Vamos explorar as principais características dessa condição e as estratégias para enfrentá-la.
O que é a Síndrome de Dor Pós-Mastectomia (SDPM)?
A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) define a SDPM como:
“Dor crônica que se inicia após mastectomia ou quadrantectomia, localizada na face anterior do tórax, axila e/ou na metade superior do braço, e que persiste por período superior a três meses após a cirurgia.”
Isso significa que, após a retirada parcial ou total da mama (mastectomia), ou de uma parte menor da mama (quadrantectomia), há uma chance significativa de desenvolver dor crônica, que pode afetar até 50% das mulheres submetidas a essas cirurgias.
Quem está em risco de desenvolver a SDPM?
As mulheres mais propensas a desenvolver a SDPM são:
- Pacientes com menos de 35 anos, devido à maior agressividade do câncer de mama nessa faixa etária.
- Mulheres que passaram por cirurgias mais invasivas.
- Pacientes que tiveram tratamentos adicionais, como quimioterapia, radioterapia ou hormonioterapia.
Além disso, a falta de manejo adequado da dor pós-cirúrgica pode levar a complicações como síndrome do ombro congelado (capsulite adesiva), insônia e linfedema.
Características da SDPM
Os sintomas da Síndrome de Dor Pós-Mastectomia incluem:
- Dor persistente ou intermitente, localizada na parede anterior do tórax, axila ou face medial do braço.
- Sensação de queimação, espasmos de dor lancinante, formigamento e desconforto intenso.
- Dor fantasma: sensação de que a mama ainda está presente, mesmo após sua retirada.
Essa dor pode começar horas, semanas ou meses após a cirurgia e pode persistir por anos, prejudicando a qualidade de vida da paciente.
Causas da Síndrome de Dor Pós-Mastectomia
As principais causas da SDPM são neuropáticas, ou seja, relacionadas a danos no sistema nervoso:
- Lesões nos nervos durante a cirurgia (geralmente no nervo intercostobraquial).
- Formação de neuroma traumático ou tecido cicatricial, além de disfunções do sistema nervoso periférico.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da SDPM envolve uma avaliação clínica detalhada, incluindo exames como a eletroneuromiografia para detectar possíveis danos nos nervos. Uma abordagem multidisciplinar é recomendada, combinando várias modalidades terapêuticas.
Controle da dor
O tratamento da SDPM começa com:
- Analgésicos e fisioterapia.
- Se esses métodos não forem eficazes, é necessário considerar tratamentos intervencionistas, como:
- Bloqueios anestésicos nos nervos peitoral, serratus e simpático torácico.
- Estimulação elétrica transcutânea do nervo (TENS).
- Estimulação de nervos periféricos.
Terapias combinadas
Outras terapias que podem ajudar no tratamento da SDPM incluem:
- Farmacoterapia: uso de anticonvulsivantes, antidepressivos ou medicamentos tópicos como a capsaicina.
- Ortopedia: para tratar complicações como a síndrome do ombro congelado.
- Psicoterapia: terapia cognitivo-comportamental para lidar com o impacto emocional da dor.
- Terapias alternativas: acupuntura, massagem, drenagem linfática e exercícios de relaxamento.
Importância do controle da dor
É essencial manter uma comunicação aberta com o médico sobre o controle da dor antes, durante e após a cirurgia. Cada profissional da equipe de cuidados pode oferecer suporte valioso, desde o psicólogo até o nutricionista, para garantir uma recuperação mais rápida e eficaz.
Conclusão
A Síndrome de Dor Pós-Mastectomia pode ser debilitante, mas existem diversas opções de tratamento para aliviar os sintomas. Se você sofre com essa condição, não hesite em procurar uma clínica especializada em dor. O controle adequado da dor pode não apenas melhorar sua qualidade de vida, mas também ajudá-la a retomar suas atividades diárias com maior conforto.