Por que saí da minha cidade natal para fundar um centro de dor em Campinas?

Meus amigos e amigas:

Provavelmente a pergunta de cunho pessoal que mais me fazem é: “Por quê você saiu de Divinópolis-MG em 2008, para exercer medicina intervencionista da dor fora daqui?”

Na época era anestesista na cidade há 12 anos, acumulava a chefia do serviço de anestesia e dor do Hospital São João de Deus e meus desejados gêmeos Clara e Pedro eram recém nascidos. Essa pergunta, que tem uma resposta ainda em construção, está aqui dissertada.

Em agosto de 2008, Fabrício Assis e eu estávamos em viagem de 15 dias a um congresso no Hawai (muito suspeito rsrs) seguido de uma visita a Texas Tech University aos renomados professores Drs. Gabor Racz e Prithij Raj.

Minha esposa Jane nunca se esquece dessa viagem e sempre me repreende: “Você me deixou sozinha com nossos gêmeos!” É verdade; não sei onde estava com a cabeça! Mas, foi nesta viagem que aceitei o convite do Fabrício e Carlos Tucci para fundar um centro de dor em Campinas, onde havia morado entre 1994-96 enquanto residente de anestesia.

Charles Oliveira Fabricio Assis e Carlos Tucci, fundadores do Singular-Centro de Controle da Dor
Charles Oliveira, Fabrício Assis e Carlos Tucci, fundadores do Singular – Centro de Controle da Dor

Entre convite aceito e inauguração foram longos 12 meses e já sem trabalhar como anestesista. Bom, este ano completaremos 10 anos de inauguração do Singular em agosto. E os acertos e alegrias superam em muito todas as dificuldades que enfrentamos.

Formamos ao longo desses anos 8 fellows intervencionistas em dor: Karina Subi, Thaís Vanetti, Alexandra Raffaini, André Mansano, Nilton Aver, Ana Carolina Braz, Karen Bragirolli e Vitto Bruce Fernandes. Em formação são 4: Tais Bezerra, Dailson Bezerra, Valney de Morais e a recém iniciada Talita.

Nosso fellowship de dor atualmente tem duração de 3 anos, lembrando que esses médicos passaram por uma formação anterior mínima de 6 anos de medicina e 3 anos de anestesia.

Equipe multidisciplinar do Singular-Centro de Controle da Dor
Equipe multidisciplinar do Singular – Centro de Controle da Dor

Além desses “filhos” que já estão trabalhando em diferentes partes do país, participei da formação de mais de 200 médicos que fizeram cursos de intervenção no Singular e da fundação da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor, tendo sido seu terceiro presidente.

Portanto, sair de Divinópolis, minha cidade natal, para estar aqui acredito que não tenha sido uma escolha minha. Acredito que tenha sido elegido por Deus para atuar na instituição e consolidação da medicina intervencionista da dor no Brasil.

Há 10 anos o intervencionista da dor estava localizado nas grandes cidades, mas hoje está se interiorizando. Nestes anos todos, nunca deixei de atender em minha cidade natal, Divinópolis, onde aproveito para comer o doce de arroz de minha mãe Beatriz.

Até semana que vem!

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