Filhos completaram o ensino fundamental

Hoje queremos parabenizar nossos filhos, Clara e Pedro, que finalizaram o ensino fundamental.
Estamos muito orgulhosos de vocês. Que vocês sigam suas respectivas jornadas, crescendo em sabedoria e respeitando as leis de Deus e também dos homens.
Quando éramos adolescentes, a inteligência era valorada pelo QI (coeficiente de inteligência). Quanto mais alto, melhor. Hoje isso não é tão decisório em uma contratação profissional. Aprendemos que os soft skills, são tão ou mais importantes que o QI. A empatia, a liderança, o relacionamento interpessoal, a capacidade de resolver problemas são alguns exemplos de soft skills. E estas são habilidades que podem ser aprendidas e melhoradas.
Nossos filhos, sendo gêmeos, estudam na mesma escola porém em salas diferentes.
E cada um, à sua maneira, com virtudes e fragilidades, foram escolhidos para serem os oradores de suas respectivas turmas. Ficamos muito orgulhosos por isso!

Falando agora em primeira pessoa, eu Charles, cresci sentindo a falta de pai por ele precisar trabalhar bastante. Ele partiu quando eu tinha 24 anos. E eu planejei uma vida diferente para estar muito presente na vida de meus nossos filhos. Mas este não foi o plano de Deus e atendendo um chamado Dele, resolvi seguir o caminho do tratamento da dor o que resultou em  uma agenda menos previsível e com viagens constantes.

No dia da formatura de Clara e Pedro, e sem eu saber da posição de destaque que teriam, não pude participar da colação de grau, o que me deixou triste.  Mas naquele instante eu estava retirando a dor do Sr. Ciro da Costa. Por isso,  sinto-me tranquilo por estar desempenhando da melhor forma possível a vocação que Deus me atribuiu.


Republico abaixo os texto de cada um de meus filhos em suas oratórias.
Inicio com o texto de Clara.  Eu achei incrível! Cheio de interrogações que somente a jornada da vida poderá respondê-la. Merece ser lido e relido.

Já dizia Rubem Alves: “Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses”. Quando vemos uma larva, não pensamos que esse inseto ainda está no segundo estágio da vida para, um dia, se tornar borboleta. Isso nos fez perceber que, assim como elas, nós passamos por uma “metamorfose” e gostaria de destacar àquela presente nos “estágios” escolares.
Quando nós estávamos no infantil, éramos como pequenos ovos. Não sabíamos como seríamos, nem das responsabilidades que teríamos, porque a nossa única preocupação eram as descobertas que fazíamos que, para nós, eram surpreendentes.
Alguns anos depois, fomos para o fundamental I e, nessa época, éramos como pequenas larvas. Foi aí que começamos a ter responsabilidades: fazíamos provas que valiam nota, tínhamos que arrumar a cama, organizar o quarto… Enfim, tudo isso aconteceu até o dia da nossa formatura para o fundamental I e, apesar de hoje estarmos nos preparando para o ensino médio, a sensação que predomina é: alegria. Talvez muitos de nós também estejam se sentindo aliviados por terem passado de ano, já que desde o sexto ano, tudo começou a ficar mais difícil, mas o que importa é que estamos aqui hoje.
Tempos depois, chegamos ao ensino fundamental II, período em que éramos como a pupa. As responsabilidades aumentaram e deixamos de fazer aquelas perguntas bobas que costumávamos fazer aos nossos pais. Todos aqui estão esperando que a analogia da borboleta termine, mas a vida é uma eterna transformação. Nós vamos passar do fundamental para o médio e do médio para a faculdade e da faculdade para a vida, e nossa transformação jamais terminará. E vocês devem estar se perguntando: “mas quando eles irão se tornar lindas borboletas?” E nossa resposta para essa pergunta é: Viver o processo é muito mais importante que chegar ao objetivo.
Por isso, os alunos do Nono ano de 2022 do colégio Rio Branco, estão aqui hoje para desmistificar a beleza do final. Estamos aqui para trazer essa reflexão de que, também, há beleza em todo o processo.

Já Pedro é um garoto leve, sensível, easy going. Fez um texto há ouvindo a sugestão de amigos, e redigido a “oito” mãos. Ele disse assim:

Existe aquela frase: nem melhores, e nem piores, apenas únicos. No nosso caso é diferente. A gente consegue ser os melhores, os piores, e os únicos, tudo de uma vez, dependendo do seu ponto de vista. Podemos ser os piores quando fizemos um jogo da discórdia e provocamos várias intrigas. Mas também fomos os melhores ao superarmos as brigas causadas pelo jogo, chegando um passo mais perto da sabedoria de lidar com seres humanos.
A gente tem o talento de entrar na partida e virar o jogo. O talento de fazer tudo, ate a tarefa mais entediante se tornar uma memória incrível, como quando o Tio Farley nos passava uma música para decorar uma fórmula de física e cantávamos.
Apesar de brigas em casa, problemas fora da escola e confusões no final de semana, podíamos ter uma única certeza: na segunda de manha, eu não sou o Pedro Magalhaes, eu sou o Pedra, magas ou até mesmos Pepsi. O Juliano não é o Juliano, ele é o Dubs.
O Marco Antonio, vira o Bizu.
A Mariah não é mais a Mariah, ela é a Maria Sarches.
O Pedro, se torna Jorge.
Pois é!
Momentos incríveis
Mas nem tudo era uma maravilha. A gente nao podia bobear, que o Teteu ja fazia uma musica te botando no chinelo, família. Ou os casaizinhos, que todo mundo tinha química com todo mundo e a gente passava maior tempão tentando entender o que que tava acontecendo. Ou a Maq, que você olhava e ela tava dormindo. Ou Bizu como vice representante, inconformado que a Daniela nunca chamou ele para sequer uma reunião. Quando a sala, acidentalmente ou nao, foi separada no meio, entre o povo gênio e o povo, né, o povo. A parte dos gênios inclusive sempre ganhava as balas que a Karina dava para quem acertasse a pergunta. A nossa representante Ana Be né, que deixava os professores p* da vida porque tinha que interromper pelo menos uma vez por semana a aula para dar um recado. A Gabi, Isabel e a Anna Julia, que a gente nunca soube se elas realmente eram super inteligentes ou elas so ficavam quietinhas se fazendo, nunca saberemos. Mas temos certeza que a amizade desse trio é a relação mais genuína e fofa da sala.. Tem a Mariah também, que vai te acusar de misoginia e racismo a cada fala sua. Não podemos esquecer do Juliano, Felps, Rafael, Guto, Tiago, Heitorzinho, Macedo e Ique que vc olhava pro lado e via ou batendo figurinha ou em uma partida emocionante de truco.
Se teve um evento que marcou o ano foi a festa junina. Começou com os meninos bravos porque estavam perdendo o futizinho deles durante as aulas de ed. física, que foi marcado o ano inteiro pelo o duelo lendário entre Juliano e Guto. Nos ensaios, a Machado passava 10% do tempo dançando e 90% berrando com quem não fazia as coisas direito. No fim, descobrimos que o Leo é o melhor dançarino que já pisou na Terra.
Se eu pudesse dar de presente uma coisa para todas as pessoas do mundo, eu escolheria que todos tivessem a oportunidade de vivenciar uma experiência tão marcante quanto essa. Mesmo que os nossos caminhos se desconectem e não mantenhamos contato, eu tenho certeza que a história que criamos, juntos, nunca vai ser esquecida. O acolhimento e o crescimento, tanto em maturidade quanto em conhecimento, vai ser sempre lembrado. E é assim que eu gostaria que o 9M1 de 2022 ficasse na história do Rio Branco: como uma sala autêntica, sem medo de fazer piada, e de ser feliz. Uma sala que aproveitou cada segundo unidos, sabendo que esses poderiam ser os últimos de todos nós juntos. Hoje, é a ultima vez que eu vou ver alguns rostinhos aqui. E eu só tenho a agradecer por tudo que vocês fizeram por mim. Espero ter sido uma boa companhia, pelo menos para zoar um pouco.
Entre nós, podíamos fingir que o mundo la fora não existia. Durante aquelas horas da semana, éramos quem queríamos ser. Podíamos ser uma versão nossa que ninguém de fora entenderia, que ninguém de fora JAMAIS vai entender, e é por isso que é tão difícil tentar mostrar pra vocês em poucas palavras o que o M1 representa pra nós, porque é impossível que vocês entendam a magia que foi esse ano.
Aprendemos a crescer como indivíduos e como grupo. E é em clima de saudade, nostalgia e muito carinho que se encerra mais um ciclo nas nossas vidas.
Durante esse ano, nós fomos um.
Durante esse ano, nós fomos o nono M1.

Filhos, sigam seus sonhos e busquem um propósito maior para motivarem a seguir adiante. Assim, a jornada da vida, que não é fácil, será mais leve e certamente,  muito prazeirosa.

Seus pais,

Charles e Jane.

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