O dia era 25 de dezembro de 2022 e estávamos em Barcelona em um “pueblo” chamado Areyns del Munt. Para celebrar o dia, optei por realizar uma caminhada com meus filhos Clara e Pedro, com “el profer” Luis Alfonso Moreno e com Alberto, um amigo da família de Luís. Para Luís, um dia a mais de caminhada, mas para mim, não… Essa caminhada me mobiliza emoções fortes e certamente traz sentimentos diferentes em vocês também.
Estive por esse mesmo lugar, por este mesmo caminho, 22 anos atrás, com outros amigos. Em comum, além do caminho, Luís e eu.
Aqui estamos 22 anos mais velhos. Luis segue com as mesmas passadas largas de antes. Verdade que seu cabelo está todo grisalho, mas a saúde segue perfeita, exceto o quadril que o molesta às vezes. Falta-lhe pouco para se aposentar, menos de 1 ano. Luís é uma referência para mim; foi meu primeiro professor no tratamento de dores crônicas. Tenho uma enorme gratidão por tudo que me ensinou e, enquanto seguir vivo, estarei visitando-o. Para quem não conhece a clínica onde trabalho em Campinas, o bloco cirúrgico recebe seu nome como homenagem.
Nossa caminhada no presente e no passado
Nossa caminhada começou às 10:30. Em comum, hoje e 21 anos atrás, foi a sede enorme que passamos durante 18 km, sem uma gota de água. Sendo feriado, por sorte encontramos o mercado de uma paquistanesa aberto, um verdadeiro oásis diante de tanta desidratação.
Estava muito preocupado com meus filhos e com Alberto e supunha que eu e Luis tínhamos mais estrutura emocional para suportar a privação de água. Mas a verdade é que a falta de água mata primeiro “los viejos”, como nós dois.
E agora vocês devem estar perguntando: o que mais conecta essas duas caminhadas?
O 11 de setembro na memória
Foi neste caminho que estávamos eu, Moreno, Fabricio, Guilherme e Hamilton em 11 de setembro de 2001. Foi aqui, nesta montanha, que ouvimos por meio de alguns caminhantes que um avião havia se chocado com um prédio em Nova Iorque. E, mais tarde, outro…
Somente ao chegar na cozinha de Cláudia e Moreno, esta mesma da foto abaixo, sentado ao chão, entendi a dimensão do que havia se passado… Ficamos chocados… todos em silêncio.
No tempo que senti sede durante a caminhada de hoje, pensei nas milhares de pessoas que morreram no atentado… Eu sentindo um pouco de sede… e eles ardendo em chamas…
O mundo depois de 11 de setembro de 2001 jamais será o mesmo…
Reflexão final
E você que já havia nascido nesta época, se recorda o que estava fazendo neste dia?
Comente aqui. Estamos curiosos.