Esportes aquáticos: seu verão pode perder a graça se não tiver cuidado

Nestas férias escolares apresentei aos meus filhos gêmeos de quase 9 anos, os esportes aquáticos, esqui e wakeboarding. Diga-se de passagem, quando eu aprendi a esquiar há 30 anos, incentivado pelo meu amigo Marco Aurélio Lobão, nem existiam wake ou essas boias aquáticas puxados por lancha ou jet-ski! Enfim, como qualquer pai orgulhoso, compartilhei os vídeos dos feitos dos meus filhos. Na seção de comentários alguns internautas me perguntaram se os esportes aquáticos têm risco de lesões.

Minhas crianças aprendendo o esqui aquático esse verão.

Sim, como todo esporte, tem risco de lesões, por isso, sugiro que tomem os devidos cuidados se forem praticar alguma modalidade do esporte aquático ainda nesse resto do verão e das férias. Para entender cada uma e como se expões, aqui vai uma breve explicação: o esqui é realizado com um pedaço de madeira flutuante fixada em cada um dos pés, o wake é realizado com uma prancha maior onde se apoiam ambos os pés e a boia, ou tubo, transporta pessoas deitadas em seu interior. Pronto, vamos aos números para vocês entenderem melhor a questão das lesões.

Número de lesões com tubos aquáticos menos comuns porém mais sérias que as de wake e esqui

Por quê isso? Por três razões. Um, maior velocidade. A velocidade recomendada para puxar uma boia aquática para maiores de 18 anos é de 40 kph, para o wake, 25 kph e para o esqui, 32kph. Dois, as pessoas puxadas na boia não têm controle de sua direção, estão a mercê da condução do piloto, e três, por essas boias poderem transportar mais pessoas, as pessoas podem ser jogadas uma contra a outra, o que a diferencia da prática individual do wakeboard do esqui.

A idade de pico de lesões está na faixa etária de 20-29 anos e são os homens que mais se lesionamque condiz com o gênero e faixa etária que mais pratica o esporte. Interessante observar que, apesar de o número de praticantes do wake decrescer em faixas etárias maiores, o número de lesões não decai na mesma proporção com a progressão da idade. Isto pode ser justificado por manobras mais arrojadas que os mais velhos e experientes realizam, aumentando a possibilidade de lesionamento.

Comum lesões de cabeça e entorse ou distensão

Dois estudos mostram que, entre praticantes desses esportes aquáticos, são mais comuns as lesões na cabeça no wake e lesões de entorse ou distensão de musculatura nos membros inferiores no esqui. Mas, tanto no wake quanto no esqui, por seus praticantes ficarem na posição de pé, lesões de quadril, joelhos e músculos são uma tendência. Lesões de ombro, como luxação, lesões musculares e queimaduras também são relatadas. Já os que usam boias e tubos aquáticos, ao serem arremessados para fora, sofrem mais de lesões de pescoço, ombro, cabeça e membros superiores. Ainda, na lista de lesões possíveis estão as lesões de ligamentos cruzados anterior e posterior, lesões musculares, fraturas, cortes, queimaduras e traumas da medula espinhal.

E mais, o número de acidentes graves com boias aquáticas rebocáveis é o dobro dos relatados no uso de esquis. Portanto, o que até então parece lúdico e seguro, como as brincadeiras de boias aquáticas, pode reservar surpresas desagradáveis, devendo ser praticado com muita atenção e responsabilidade.

Solicite seu equipamento de proteção.

Enfim, diante dos dados e respondendo às indagações dos meus amigos internautas sobre a prática segura dos esportes aquáticos, digo: para evitar a lesão esportiva, é essencial o uso de equipamentos de proteção como capacete e colete salva-vidas.

Divirtam-se. Mas usem os equipamentos de proteção!

 

Referências

1.Baker, J I, Griffin R, McGwin Jr G. […]. Dept. of Sports Medicine, Medical Faculty,Uludag University. A comparison of wakeboard-, water Skiing-, and tubing-related injuries in the United States, 2000-2007. Journal of Sports Science & Medicine. [http://www.jssm.org/researchjssm-09-92.xml.xml]

2.Malliaropoulos N, Mendiguchia J, Pehli- vanidis H, Papadopoulou S, Valle X, Malliaras P et al. Hamstring exercises for track and field athletes: injury and exercise bio- mechanics, and possible implications for exercise selection and primary prevention. Br J Sports Med 2012; 46:846-851.

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