E quem irá pagar a conta?

 

Uma leitora me escreve fazendo a seguinte pergunta: “Doutor, por que você não realiza procedimentos por convênio que não façam reembolso?

Esta resposta merece trazer uma conta médica de um procedimento realizado por minha equipe em maio de 2021, aqui na cidade de São Paulo. Por dois procedimentos realizados em uma mesma paciente, que exigem bastante perícia de quem o executa (uma peridural cervical guiada por raio-X e um bloqueio do gânglio estrelado guiado por ultrassom), nossa equipe recebeu o montante seguinte:

Os números falam por si só. A médica assistente quando viu o quanto caberia a ela, nem se deu ao trabalho de emitir uma nota fiscal para receber o que lhe fora pago. Sobre este valor, como ocorre com todo brasileiro, ainda incide imposto de renda e porcentagem para a secretária que realiza todo trabalho burocrático.

Há algumas formas de tornar rentável a relação médico/convênio:  trabalhar com um número de atendimento elevado e por consequência impactar negativamente na qualidade do meu atendimento e/ou exponenciar nas codificações para obter ganhos maiores. Como não concordo com nenhuma das alternativas anteriores, essa conta não fecha para mim.

A satisfação entre médicos, pacientes e operadoras de saúde precisa ser discutida e equacionada. Esse problema é extensivo a todos outros profissionais de saúde: fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e demais que orbitam ao redor de pacientes com dores crônicas.

 

E você, quer deixar sua opinião?

 

Compartilhe:

Nosso últimos conteúdos