Dor – uma dádiva?

Livro conta história de médico que estuda a ausência das sensações de tato e dor e da sua vivência entre portadores de hanseníase na Índia

Hoje quero recomendar este livro inspirador, “A dádiva da dor”.

Capa Livro "Dádiva da Dor"

Recebi um exemplar desta publicação como presente do pastor Flávio Valvassoura, pastor líder da Comunidade Nova Esperança/Igreja do Nazareno-Campinas, e filho do Pr. Aguiar Valvassoura, de quem herdou e aprimorou o dom da pregação. Como poucos, faz de suas exposições uma mescla refinada de conhecimento litúrgico com ar de seriedade e tiradas cômicas, conseguindo manter sua plateia concentrada no teor de suas pregações.

Tem pouco tempo ele me desafiou com este livro, escrito pelo jornalista Philip Yancey com co-autoria do Dr. Paul Brand; acredito eu por ele saber que meu blog se intitula Mundo sem Dor.

No livro, Philip, que já visitou o Brasil três vezes, conta a história de um dos seus heróis, o Dr. Paul Brand que dedicou quase a totalidade de sua vida profissional a cuidar dos renegados e daqueles que não sentem dor, os portadores de hanseníase (leprosos). Ele descreve o tempo do Dr. Brand na Índia em que ele cuida dos portadores da doença e também investiga o mecanismo da dor no ser humano para melhor compreendê-la, tendo desenvolvido importantes técnicas cirúrgicas para o tratamento da doença.

A privação das sensações de tato e dor nas extremidades do corpo característica dessa doença, faz com que estas pessoas machuquem sem perceber, e como apresentam dificuldade na cicatrização das feridas, uma consequência extrema é perder parte/s de seus corpos.

Ele ressalta, assim como nós médicos de dor sempre fazemos, que a dor tem um caráter de proteção da vida humana, sinalizando que algo errado pode estar acontecendo em nosso corpo e que fiquemos atentos para seus sinais.

No caso dos portadores de hanseníase ou desordens em que não se consegue sentir dor, o indivíduo vê diminuída a possibilidade de proteger seu próprio corpo.

Ao final, o autor conclui que devemos agradecer essa “dádiva” dos sinais que nossos corpos emitem. E eu acredito que nos possibilita buscar ajuda médica sempre que recomendável, portanto a dor pode ser uma dádiva.

Como já expus aqui algumas vezes, esse Mundo sem Dor é algo desejado, porém irreal como toda utopia.

De fato o que é real no mundo da medicina da dor é a busca incessante de todos, tanto dos “trata-dores” quanto dos “senti-dores”, para controlar a dor e restituir funcionalidade e qualidade de vida ao cotidiano. Para quem sente dores, qualquer melhora representa muito. Sempre que conseguimos aliviar as dores, nos sentimos extremamente realizados.

Fica a dica do livro!

<<Confira o vídeo do autor Dr. Philip Yancey no lançamento do livro no Siciliano no Brasil – abril 2015>>

<< Pr. Flavio Valvassoura sobre o Deus que se compadece da nossa dor – Domingo 11.01.2015>>

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