“Aiaiii esta dor nas costas está me matando!” Quem já sofreu ou sofre com dores lombares sabe bem o tanto que incomoda e como este pensamento não sai da cabeça quando uma crise aguda de dor na coluna ataca. A vontade é de achar uma cura logo.
Quando ela persiste, não basta apenas aliviar a dor. É preciso achar a causa e tratá-la, senão, pode se tornar crônica e consequentemente mais difícil de tratar.
O que os números dizem
Estatisticamente, 80% das pessoas experimentaram ou irão sentir dor lombar (dor na região inferior da coluna) em alguma época da vida. Se a dor lombar durar dias ou semanas, é denominado dor aguda e é causada por lesões de músculos ou ligamentos, que, ao machucarem, inflamam. Se os sintomas param e voltam, é chamado de dor recorrente e, se a dor persistir por três meses ou mais, é dor crônica.
A boa notícia é que, em torno de 60% das pessoas que sofrem de dor lombar, melhoram seus sintomas em até seis semanas, sem precisar ir ao médico.
Como proceder
A dor lombar não-específica responde bem a analgésicos, anti-inflamatórios e fisioterapia. Mesmo tendo alívio, a maioria tende a sofrer com dores recorrentes quando não for instituído um programa de atividade física regular. É indicado que o mesmo seja orientado por um fisioterapeuta ou educador físico. Estes profissionais formulam um plano para aliviar a dor, melhorar sua mobilidade, força, postura e função. Também dão noções de como proteger sua coluna. Veja alguns exercícios simples que podem ser praticados.
Quem procura um médico precocemente costuma conseguir uma resolução adequada para a dor aguda. Quem não procura tratamento em até três meses após o início da dor está mais propenso a sofrer dor lombar recorrente ou crônica.
E aqui abro parênteses para uma alerta. Quem opta pelo auto-cuidado precisa estar atento ao uso contínuo de analgésicos ou relaxantes musculares. Pois, se toda vez que a dor volta a atacar, usa-se o mesmo medicamento “que funciona”, o risco de entrar num círculo vicioso aumenta, com o corpo demandando dosagens cada vez mais fortes e frequentes para proporcionar algum alívio. Apesar dos numerosos alertas por médicos e órgãos oficiais de saúde sobre o uso indiscriminado e contínuo de medicamentos “vendidos no balcão”, ainda é mais comum do que se imagina.
Impacto quando se torna crônica
A dor lombar crônica tem impacto negativo sobre o estilo de vida, vida profissional e qualidade de vida. Por causa da dor na coluna crônica, a pessoa deixa de fazer exercícios ou realizar atividades esportivas e até abstém de relações sexuais. Afeta o humor, sono e rendimento no trabalho e acaba permeando todos os aspectos da vida.
Quando procurar um especialista
Se você vem sofrendo de dor lombar persistente por mais de três meses, é necessário procurar um especialista experiente em dor ou em coluna para descobrir a origem dela. O diagnóstico diferencial é essencial porque o plano de tratamento é diferente para cada tipo de dor lombar.
De acordo com as recomendações de 2007 da American Society of Interventional Pain Physicians (ASIPP), o médico deve primeiro fazer um levantamento cuidadoso do histórico do paciente e um exame físico para classificar a dor em uma de três categorias de acordo com sua origem:
1) não-específica (sem evidência de sintomas radiculares ou doença sistêmica causadora), causada por problemas mecânicos musculoesqueléticos.
2) não-mecânica, neurogênica, associada a radiculopatia ou estenose espinhal, causado por lesões aos nervos e coluna ou degeneração natural da coluna
3) dor lombar com dor referida de algum órgão; ocorre quando algum órgão é acometido como num câncer, por exemplo,
No próximo post mais detalhes sobre os tratamentos. Um bom fim de semana para todos!
Atualizado em 21 de junho de 2016