Familiares e amigos nem sempre acreditam na queixa dessas dores
Diagnóstico, tratamento e complicações do SDCR.
SDCR – Síndrome Dolorosa Complexo Regional, antigamente conhecida por Atrofia de Sudeck ou dor mantida pelo simpático, é caracterizada por dores nas extremidades, com edema (inchaço), limitação da mobilidade, instabilidade vasomotora e alterações nos músculos assim como a desmineralização dos ossos.
Diagnóstico
Não se sabe a causa exata desta síndrome de dor, tão pouco existe um único teste diagnóstico para saber se tem o mal. É necessário uma combinação de exames para chegar a um diagnóstico.
É feito o exame clínico do paciente, tomado seu histórico médico e pedido alguns testes diagnósticos como a densitometria óssea, ressonância magnética, radiografia, termografia infravermelha e um médico intervencionista da dor pode realizar bloqueios diagnósticos de nervo guiados por raio-X.
O médico intervencionista de dor, depois de um exame clínico minucioso, poderá solicitar uma termografia (uma câmera infravermelha faz um arco-íris de cores do corpo de acordo com a temperatura local) para identificar áreas inflamadas. Em razão desta identificação das áreas inflamadas (geram mais calor e se apresentam vermelhas na imagem), este teste ajuda a confirmar com mais precisão qual é a área afetada.
Suspeita termográfica presente, realizamos então um bloqueio diagnóstico dos nervos envolvidos (neste caso, a cadeia simpática do membro afetado) para confirmarmos quais podem estar causando a dor. Injeta-se anestésico local perto dos nervos suspeitos de serem causadores das dores. Se a dor melhora, sabe-se que são deles que a dor origina. Devo ressaltar que não é feito em nervos motores (que enviam estímulos para movimentos), portanto, estes bloqueios são seguros e não causam paralisia.
Identificados os nervos envolvidos, são feitos os bloqueios simpáticos anestésicos em que medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios são injetados em torno dos nervos simpáticos envolvidos, para trazer o alívio da dor.
Se depois disso, a dor persistir, pode-se fazer uma ablação desses nervos por radiofrequência (pulsos em baixa frequência que lesionam o nervo para não transmitir os sinais da dor), o que proporcionará um alívio da dor por um período muito maior. E se a dor não responde a nenhuma destas terapias, poderá ser indicado a implantação de um neuroestimulador no espaço epidural.
Tratamento
Se a pessoa recebe tratamento nos estágios iniciais do SDCR, a melhora é possível, e até a remissão da condição. Portanto, a prevenção é a melhor opção quando possível. Assim como o diagnóstico, não há uma única terapia capaz de resolver a dor. Frequentemente, uma combinação de terapias é necessária para o restabelecimento da saúde do indivíduo, sendo o tratamento individual e específico.
Terapêutica medicamentosa
- Analgésicos comuns para aliviar a dor ou opioides quando a dor é mais forte (só com indicação médica)
- Antidepressivos e Anticonvulsivantes
- Corticoides (ajudam a diminuir a inflamação e melhorar a mobilidade do membro afetado
- Antirreabsortivos (previnem e interrompem a perda óssea)
- Anestésico injetado nos nervos afetados para bloquear a dor (alivia a dor) – Bloqueio Simpático conforme mencionado acima
Outras terapias
- Aplicação de calor
- Analgésicos tópicos
- Fisioterapia
- Estimulação nervosa elétrica transcutânea
- Biofeedback
- Estimulação da Cordão Espinhal (neuroestimuladores)
Lista de Tratamentos Intervencionistas de Dor
A dor da SDCR pode voltar, desencadeado por algum gatilho como exposição a frio ou a algum fator estressante.
Complicações
As mais comuns, que podem chegar a ser incapacitantes: atrofia dos tecidos e contratura muscular.
Para um/a paciente com SDCR enfrentar sua doença, é necessário buscar informações e explicar o que está sentindo para os amigos e familiares, pois, muitas vezes, as pessoas do seu convívio não acreditam. Também é recomendado manter a saúde física e mental mediante a manutenção de uma rotina diária, o repouso, o convívio e relação com a família e amigos e até a prática de algum hobby.
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