Estudos mostram impacto da cervicalgia no dia-a-dia
Embora a dor cervical (dor de pescoço) receba menos atenção que a dor lombar (dor na coluna), tem fisiopatologia e tratamento similar. Viikari-Junutura et al. conseguiram relacionar a intensidade da dor cervical e dificuldades no trabalho, lazer e sono. Além disso, demonstraram que a relação entre estes sintomas e o número de dias perdidos de trabalho é estatisticamente significante.
Em outra pesquisa, Abdu et al. reportaram que pacientes com diagnósticos cervicais, que responderam ao questionário SF-36 –questionário que avalia o estado geral de saúde– também tinham escores relativos ao componente físico significativamente menores que a população geral e que o diagnóstico de doença na coluna era a maior causa dos baixos escores físicos.
Dor cervical e radicular afetam a saúde geral
Partindo destes achados, um grupo de pesquisadores americanos realizaram outro estudo multi-centro, baseado em informações de uma base de dados nacional sobre coluna, e compararam o impacto sobre a saúde dos sintomas da dor cervical e radicular (que estende ao braço) cujas causas eram as patologias da coluna cervical. Também responderam ao SF-36. Compararam o impacto destes sintomas em pacientes de idades variadas, bem como a duração de seus sintomas.
Relação com idade
Viram que a combinação dor cervical+dor radicular por espondilose cervical era muito mais debilitante que qualquer sintoma isolado. Pacientes mais jovens em idade de trabalhar, com menos de 40 ou de 40 a 60, foram mais afetados por estes sintomas que pacientes com mais de 60 anos.
Isto porque pacientes mais jovens geralmente são mais saudáveis e mais ativos e ser impedido de realizar suas atividades causa maior impacto sobre eles e a probabilidade maior de eles terem de cuidar de filhos e/ou ter empregos influencia também. Estes indivíduos têm mais expectativas sobre sua capacidade física do que os mais velhos, os quais, devido à idade, podiam ter vários outros problemas de saúde que diminuíssem os escores de estado da saúde geral.
Impacto dos sintomas crônicos sobre a saúde mental
Finalmente, os médicos viram que quanto maior a duração dos sintomas, maior o impacto negativo sobre a saúde mental. Por outro lado, sintomas crônicos não afetaram a saúde física.
Diante das evidências, os cientistas sugeriram que o tratamento imediato dos pacientes pode ajudar a evitar os efeitos negativos dos sintomas crônicos no funcionamento mental, especialmente entre os pacientes mais novos que foram mais impactados pelos sintomas.