Sabia que a toxina botulínica A pode ser útil no tratamento da espasticidade pós-derrame, neuralgia do trigêmeo, bruxismo, síndrome de dor miofascial e outras condições?
Pois, seu uso vai muito além da estética.
No artigo a seguir, Dr. Charles Amaral e Dr. Luiz Antonio M H M Castro falam da origem da toxina botulínica e procuram responder as perguntas mais comuns acerca dos usos da substância e da sua aplicação.
Confira!
O QUE É A TOXINA BOTULÍNICA
A toxina botulínica é produzida naturalmente pelo Clostridium botulinum, uma bactéria que existe na natureza, sendo estudada há muitos anos.
Já no século XVIII, é descrita a doença causada pela bactéria produtora da toxina – o botulismo, patologia que leva a um relaxamento dos músculos. Desde então, inúmeros foram os estudos, em vários países, para entender como funcionava esta ‘temida’ substância.
Na década de 70, são iniciados os testes em humanos. Em 1989, o comitê americano de controle de medicamentos e alimentos (o FDA), após 10 anos de estudos, aprova a medicação como segura e eficiente para o tratamento dos distúrbios do movimento. Portanto, a medicação é segura para o tratamento de seres humanos.
Existem vários tipos de toxina, porém, a mais estudada e utilizada atualmente é a do tipo A.
COMO FUNCIONA A TOXINA BOTULÍNICA
Uma vez injetada nos locais adequados, a toxina botulínica se liga aos nervos e, após alguns dias, promove o bloqueio da acetilcolina. Com isto, ocorre a diminuição do impulso nervoso para os músculos e a queda na atividade motora, levando ao relaxamento.
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QUAIS SÃO OS USOS DA TOXINA BOTULÍNICA
Com o objetivo de promover o relaxamento muscular, a toxina botulínica foi sendo testada e usada em várias situações.
Estética
A grande divulgação da toxina botulínica foi para fins estéticos. A injeção do medicamento nos músculos do rosto leva ao relaxamento dos músculos e diminuição das rugas. É muito comum as pessoas confundirem os efeitos da toxina botulínica com o resultado de preenchedores. A toxina botulínica não promove aumento de nenhuma estrutura, ou seja, não é a toxina que aumenta os lábios ou os contornos do rosto.
Em pacientes após um AVC (derrame)
Após um quadro de AVC, os pacientes podem apresentar dificuldade para se movimentar. Esta complicação pode afetar tanto os membros superiores quanto os inferiores, prejudicando a mobilidade, a higiene pessoal e causando dor e deformidades. A toxina botulínica pode auxiliar no relaxamento dos músculos, facilitando o tratamento físico e melhorando a qualidade de vida.
Suor excessivo
A toxina botulínica pode ser injetada na pele das axilas ou mãos, por exemplo, promovendo uma diminuição importante da secreção do suor.
Espasmos na face
Independente da causa, espasmos ou ‘tremores’ nas pálpebras ou no rosto podem gerar desconforto. Nestes casos, a toxina botulínica pode ser aplicada para ajudar a controlar os sintomas.
Torcicolos e distonia
Os movimentos involuntários de cabeça e pescoço causam grande sofrimento. A toxina botulínica pode ser usada para diminuir ou interromper esses movimentos.
Neuralgia do trigêmeo e neuralgia pós-herpética
A toxina botulínica pode ser injetada na pele da região da dor para ajudar a reduzir a atividade nervosa e aliviar o desconforto.
Dor de cabeça
Alguns tipos de dor de cabeça crônica podem responder bem à aplicação da toxina botulínica, promovendo relaxamento muscular e redução da dor.
Bruxismo e dores na ATM
A toxina botulínica pode aliviar a dor relacionada ao bruxismo e à contração excessiva dos músculos da mastigação.
Dores musculares
A toxina botulínica pode ser usada no tratamento da síndrome miofascial, promovendo relaxamento das bandas tensas e alívio da dor.
QUAL A DURAÇÃO DO EFEITO DA TOXINA BOTULÍNICA
A toxina botulínica tem um efeito passageiro, que pode variar de 3 a 6 meses, dependendo da condição tratada.
QUAIS OS EFEITOS COLATERAIS DA TOXINA BOTULÍNICA
Quando aplicada por médicos habilitados e seguindo as orientações em bula, a toxina botulínica é bastante segura. Os maiores problemas estão relacionados à técnica ou doses inadequadas.
DE QUANTO EM QUANTO TEMPO POSSO APLICAR O MEDICAMENTO
Estudos atuais aconselham intervalos de 3 meses entre as aplicações para evitar que o corpo desenvolva resistência ao medicamento.
Atenção! Doses muito altas e reaplicações frequentes devem ser evitadas.
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