Distonia, Dor e a Precisão da Medicina da Dor: O Caso de uma Paciente no Singular Porto Nacional

Quando a dor limita a vida: o desafio da distonia cervical

Na unidade Singular Porto Nacional, recebemos uma paciente de 70 anos com uma condição neurológica que comprometia gravemente sua qualidade de vida: distonia cervical.

Para quem não conhece, a distonia é um distúrbio do movimento que provoca contrações musculares involuntárias, causando torções e posturas anormais. No caso dessa paciente, os movimentos eram imprevisíveis, intensos e extremamente dolorosos, dificultando até as tarefas mais simples do dia a dia.

Diagnóstico e decisão do tratamento

Após uma análise cuidadosa do caso e discussões com meu amigo e colega, o fisiatra Luiz Homem de Mello, decidimos seguir com um tratamento direcionado e seguro: a aplicação de 100 unidades de toxina botulínica em músculos específicos da região cervical, com guia por ultrassom.

Por que o ultrassom faz diferença na aplicação da toxina botulínica?

O uso da ultrassonografia trouxe benefícios importantes:

  • Maior precisão na aplicação, garantindo que a toxina atinja os músculos certos.
  • Menor risco de efeitos adversos, aumentando a segurança do procedimento.
  • Melhor distribuição da toxina, proporcionando um resultado mais eficaz e duradouro.

O resultado: alívio da dor, mais mobilidade e… um gesto carinhoso

Antes do procedimento, fiz um pedido à paciente:

“Se ficar feliz com o resultado, traga um abacaxi bem docinho para a gente.”

E ela trouxe. Não só um, mas em todas as consultas de retorno, entregues com carinho para a enfermeira Silvia Maria, para a Dra. Patrícia Milanez e para mim.

A melhora foi perceptível: a dor reduziu significativamente, os espasmos diminuíram e a mobilidade melhorou. Um verdadeiro alívio para quem convivia com uma condição tão limitante.

Toxina botulínica: controle dos sintomas e continuidade do cuidado

É importante lembrar:

  • A toxina botulínica não é uma cura, mas um recurso eficaz para controle dos sintomas.
  • O efeito costuma durar entre 4 a 6 meses.
  • Após esse período, os movimentos involuntários podem retornar, e a aplicação precisa ser repetida.

Medicina da dor com acolhimento e precisão

Cada paciente tem uma jornada única. A medicina da dor existe justamente para oferecer soluções personalizadas, seguras e humanas, que devolvam conforto e dignidade.

E se essa jornada vier acompanhada de um abacaxi docinho, melhor ainda! 🍍

Compartilhe: