Estamos em setembro, mês que há uma campanha para prevenção do suicídio.
Já tive um paciente que sentia dores no coração com se fosse um infarto, com toda propedêutica cardiológica realizada, sem alterações que justificassem uma intervenção hemodinâmica ou cirúrgica. Ele estava em processo para implantarmos um eletrodo na coluna para controlar essa dor. Mas em um momento de vulnerabilidade emocional, em um desses ataques de dor, ele em casa, enterrou uma tesoura em seu coração e não houve tempo para socorrê-lo.
Dores crônicas podem deixar pessoas deprimidas e a depressão possibilita tomadas ruins de decisões. Uma das dores que mais nos preocupa, pela sua intensidade é a neuralgia do trigêmeo. As causas são variáveis como uma compressão do gânglio onde nasce o nervo trigêmeo, nominado gânglio de Gasser, por alguma alça vascular. Ou uma perda da bainha de mielina que encapa o nervo e possibilita esses choques recorrentes no território do nervo.
São dores excruciantes. O que mais aterroriza a pessoa é não saber quando será o próximo ataque, o próximo choque. São choques que não perduram mais que 1 minuto, mas são muitos ao longo do dia.
A pessoa não consegue conversar, comer direito, escovar os dentes ou barbear-se quando tem barba.
Duas técnicas que mais utilizamos são a compressão pelo balão e a radiofrequência.
O balão reservo para o território que vai para o olho ou quando mais de um nervo esta envolvido. Ele gera uma anestesia em toda metade do rosto, já que não é seletivo.
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A radiofrequencia esta indicada para os territórios onde a dor esta na bochecha ou no queixo. Quando se utiliza esta técnica a anestesia é restrita ao território desejado.
Hoje fizemos mais um balão. Paciente com dor desde 2018. Chegou com dor e deixou ela por aqui.
O médico intervencionista de dor sabe medicar e realizar procedimentos naqueles que precisam.
Referente ao balão, após 1 minuto todo o material é retirado.