Síndrome de Dor Complexa Regional

Dor severa que acomete uma extremidade do corpo. Caracteriza-se por edema (inchaço), aumento da sensibilidade ao frio e ao toque, sudorese, alteração de coloração e diminuição da capacidade de movimento.

A Síndrome de Dor Complexa Regional (SDCR) pode migrar para outra parte do corpo, por exemplo, para o pé ou braço oposto, e o estresse emocional costuma agravar esta dor.

Em algumas pessoas os sinais e sintomas da SDCR somem sozinhos enquanto em outras podem continuar por muito tempo – meses, até anos.

Se esta síndrome for diagnosticada e tratada cedo, maior a probabilidade do tratamento dela ser efetivo.

Em 1994 a IASP (Associação Internacional para o Estudo da Dor), diante dos numerosos nomes para esta dor: Distrofia Simpático Reflexa, Causalgia, Algodistrofia ou Atrofia de Sudeck, estabeleceu critérios para seu diagnóstico e a classificou como síndrome, definindo dois tipos:

  • Tipo 1. Conhecido como síndrome de distrofia simpático reflexa (DSR). Sucede a uma doença ou lesão que não afetou diretamente os nervos no membro afetado. Em torno de  90% das pessoas com Síndrome Complexa Regional da Dor sofrem do tipo 1.
  • Tipo 2. Conhecido como causalgia, este tipo sucede lesões distintas aos nervos.

Incidência

Não está bem definida a epidemiologia da SDCR.

Um pesquisador chamado Veldman e seus colaboradores(1) apresentaram dados mostrando que a média de idade para ocorrência da condição é de 41 anos, e que acomete 3 vezes mais mulheres que homens.

Mais tarde, Allen, e sua equipe, (2) confirmaram a média de idade como 41,8 anos e a relação entre mulheres e homens de 2,3:1.

E afeta as crianças também. De cada 4 crianças que sofrem de SDCR, 3 são do sexo feminino. Geralmente os sintomas começam entre 9 e 15 anos de idade(3). Em crianças, os membros inferiores são os mais afetados.

Freqüentemente um único membro é acometido, em proporções iguais entre superiores e inferiores. Poucos estudos mostram prevalência dos membros superiores ou dos inferiores, havendo uma incidência maior do lado direito, talvez por serem destros em relação ao esquerdo e o acometimento dos dois lados ocorre entre 11 e 16% dos casos.

Causa

Ainda indefinida.

Similar à fibromialgia, ainda não se sabe exatamente o que causa a Síndrome de Dor Complexa Regional (SDCR). O que se sabe é que tem de buscar tratamento cedo porque os danos podem ser irreversíveis se deixar por muito tempo.

Geralmente acomete uma extremidade do corpo, e se desenvolve depois de um evento nocivo inicial tal como uma cirurgia, derrame, ataque cardíaco, infecção, uma lesão como fratura, esmagamento, amputação, ou até a luxação de um tornozelo. O estresse emocional também pode precipitar a doença.

No entanto, não se sabe exatamente porque estes eventos desencadeiam a SDCR.

Alguns dos sintomas desta síndrome, como edema, sinais de inflamação, acoplamento simpatico [a base para dor mantida simpaticamente], e mudanças trópicas não podem ser explicadas apenas por alterações centrais. Baseado em observações clínicas e pesquisas em humanos e animais, cientistas hipotetizaram que o SDCR é uma doença sistêmica envolvendo o Sistema Nervoso Central e o sistema nervoso periférico.

Acredita-se que uma disfunção entre esses dois sistemas é o que causa a SDCR, assim como uma resposta inflamatória inapropriada do corpo.

Sinais

Os sinais de que pode estar com Síndrome de Dor Complexa Regional são:

  • dor desproporcional à lesão;
  • recuperação não ocorrendo no tempo esperado;
  • disfunção simpática; e
  • alterações tróficas (atrofia muscular, desmineralização óssea)

Sintomas:

  • Ardência ou dor latejante, geralmente no braço, perna, mão ou pé
  • Sensibilidade ao frio ou ao toque
  • Edema (inchaço) da área dolorida
  • Alterações na temperature da pele – às vezes sua pele pode estar suada; outras vezes fria
  • Alterações na cor da pele, variando entre esbranquiçada e manchada a avermelhada e azulada.
  • Alterações na textura da pele, que pode ficar sensível, fina ou brilhante na área afetada
  • Alterações nos pelos e no crescimento da unha
  • Rigidez articular, inchaço e lesões
  • Espasmos musculares, fraqueza e perda de muscular (atrofia)
  • Mobilidade reduzida da parte afetada

A pergunta mais importante para pesquisa futura é: o que causa SDCR?

Vale ressaltar outra vez: é possível ter melhora e remissão se o diagnóstico for feito cedo e o tratamento iniciado cedo.

Os médicos do Singular-Centro de Controle da Dor publicaram um relato de caso sobre o diagnóstico e tratamento da SDCR, e já apresentaram os resultados em congressos em todo o país. Utilizaram um bloqueio termoguiado, ou seja com ajuda da termografia infravermelha para fazer o diagnóstico. O tratamento foi feito com técnica minimamente invasiva – uma simpatectomia por radiofrequência. (Veja o poster da pesquisa)

Mas, por hoje é só. Da próxima vez abordaremos os testes e diagnósticos, as opções de tratamento e as complicações que podem resultar do tratamento tardio desta síndrome.


Bibliografia

1Veldman PH, Reynen HM, Artz IE et al – Signs and symptoms of reflex sympathetic dystrophy: prospective study of 829 patients.Lancet, 1993;342:1012-1016.

2Allen G, Galer BS, Schwartz L – Epidemiological review of 134 patients with complex regional pain syndrome assessed in a chronic pain clinic. Pain, 1999;80:539-540.

3Berstein BH, Singsen BH, Kent JT et al – Reflex neuromuscular dystrophy in childhood. J Pediatr, 1978;93:211-215.

Fonte Sinais e Sintomas: Mayo Clinic. http://www.mayoclinic.com/health/complex-regional-pain-syndrome/DS00265/DSECTION=symptoms

Atualizado em 12/10/2013

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