3 Dicas para Evitar a Síndrome do Pescoço Tecnológico

Fruto de postura inadequada e uso prolongado, de smartphones e aparelhos portáteis, a síndrome do pescoço tecnológico se torna cada vez mais frequente.

Prático, portátil, rápido, quase um substituto para o computador. No trabalho, nos estudos, na fila do banco, no trânsito, um companheiro inseparável da geração digital, o smartphone tem muitos benefícios, mas também tem riscos.

Um desses riscos é o desenvolvimento de uma síndrome chamada “pescoço tecnológico”, que ocorre com o uso prolongado do aparelho portátil em postura inadequada.

Esta síndrome, também conhecida de “tech neck” (termo no inglês), se caracteriza por dores e alterações musculoesqueléticos que afetam o pescoço, e até os braços e as mãos.

Hoje destacaremos como a postura e o desgaste da coluna cervical (na região do pescoço) contribuem para o distúrbio e daremos dicas rápidas para evitar a síndrome, mas, fique ciente que existem outras condições da síndrome, por exemplo o pinçamento de nervos — assunto para outros post.

Veja na imagem o que ocorre na postura que a maioria adota ao usar o aparelho. Uma tensão contínua é criada, sobrecarregando o sistema musculoesquelético que sustenta a coluna cervical.

uso de celular com postura inadequada
A cabeça humana e pescoço pesam em torno de 6 kg na posição neutra (0º de angulação – olhar no horizonte). Quando a cabeça é fletida para frente, as cargas de força transmitidas à coluna cervical aumentam de forma sensível. Flexionada em 15º, o peso dobra para 12 kg, em 30º, 18 kg, e com a cabeça inclinada à frente em 60 graus, posição em que usamos o celular, a força pode chegar a 27 kg.

Consegue imaginar carregar 5 sacos de arroz e um pouco mais durante várias horas?!

Por quê a tensão excessiva pode ser grave no longo prazo?

Esta tensão contínua vai alterando a curvatura natural do pescoço, que fica mais vulnerável ao desgaste precoce e à degeneração das vértebras cervicais. Nos consultórios, já vemos alterações na coluna como herniações, estenoses, cifoses, etc., assim como microtraumas características do pescoço tecnológico. O grau da degeneração pode evoluir para uma necessidade cirúrgica.

E o desgaste na coluna não é limitado a adultos, pode ocorrer entre jovens também. Os jovens estão entre os usuários mais pesados de smartphones, tablets e laptops.

De acordo com estudos científicos, as pessoas passam em média, 2 a 4 horas com a cabeça flexionada, trocando mensagens de texto ou usando seus telefones para outras finalidades como ver vídeos, etc. Essa média totaliza entre 700 a 1400 horas/ano e alunos do colegial, até 5000 horas!

Nem tem de fazer muito cálculo para entender o impacto disso.

Os especialistas em saúde pública já alertam para uma incidência maior de problemas na região cervical; uns até falam em epidemia diante do crescimento do número de usuários destes aparelhos portáteis.

Por isso, vamos cuidar. Aqui vão três dicas de cuidados fundamentais.

3 Dicas para evitar o “tech neck”

  1. Posicionar aparelho na altura dos olhos – Esta posição na altura dos olhos e o aumento do tamanho das letras para poder ler de longe evita a necessidade de fletir e projetar a cabeça para frente, fora do eixo neutro.
  2. Usar mais o áudio – Ao invés de trocar mensagens escritas, utilize mais as funções de áudio, de preferência utilize fones, deixando as mãos livres.
  3. Pausar e mudar de posição – Levante-se ou mude de posição a cada 15 a 20 minutos para reduzir a fadiga nos músculos do pescoço e do ombro. Faça alongamento e fortalecimento do pescoço frequentemente durante o dia para reduzir o esforço físico e melhorar a postura do pescoço e ombro.

exercicios de alongamento para escritório

Lembre-se que o melhor é manter a cabeça em posição neutra, olhando o horizonte, e mudar de posição frequentemente. Vamos colocar em prática!

Depois de um dia de trabalho sente formigamento no braço ou na mão? No próximo post, dicas sobre posicionamento do braço e mão para evitar esse incômodo. Não perca!

 

Curiosidade: O termo “tech neck” (pescoço tecnológico) foi usado primeiro em 2014 pelo Dr. Ken Hansraj, chefe de cirurgia do Centro Médico de Cirurgia Espinhal e Reabilitação de Nova Iorque quando publicou um artigo na Biblioteca Nacional da Medicina nos EUA em que avaliou o efeito da postura e posição da cabeça na coluna cervical e as alterações causadas por estas quando as pessoas usam o celular.

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